Vem saber mais sobre o que é preciso levar em consideração para não errar na hora de escolher uma motobomba.



(Vilmar Rossi – Engenharia FAMAC)


Para escolher corretamente uma bomba ou motobomba, algumas considerações ou avaliações da aplicação devem ser feitas para saber se estamos tratando de uma simples aplicação de transferência de água limpa e sem partículas ou algum líquido mais agressivo como líquido corrosivo, derivados de petróleo, produto alimentício ou com sólidos e objetos fibrosos, por exemplo.


Além de respeitar questões técnicas de funcionamento do equipamento, a seleção do produto correto vai garantir menor “esforço” do conjunto hidráulico (bomba + instalação hidráulica), melhor desempenho e, consequentemente, menor gasto energético e menores custos com manutenção. Melhor dos mundos, não é mesmo?


Tá certo que não é só escolher o equipamento certo que vai ser garantia de “zero defeitos”, mas esse processo é peça chave para minimizar problemas em seu sistema de bombeamento, qualquer que seja ele.


Para explicar melhor como podemos fazer isso, vamos considerar que estamos lidando com uma obra de construção civil, que pode vir a ser:

  • Para o esgotamento de água da chuva que acumulou em uma obra;
  • Para transferência de água da cisterna do andar térreo do prédio para a caixa d’água dos demais andares;
  • Para transferência do esgoto para as tubulações de saneamento.;
  • Para o recalque de água do poço artesiano para uma caixa d’água elevada;
  • Para pressurizar água para irrigações de grama, jardins ou lavações de pátios e calçadas;
  • Para o esgotamento de água da chuva em caso de inundações;
  • Para o funcionamento de piscinas e hidromassagens;
  • Para garantir a pressão mínima necessária nos apartamentos dos andares superiores em um prédio residencial; ou
  • Para garantir uma pressão ideal para o conforto num banho em residências.

Uma bomba ou motobomba de princípio centrífugo normalmente se adapta facilmente a todas essas situações e por isso são as mais usadas quando o objetivo é transferir água ou um líquido de baixa viscosidade de um local para outro bem como para pressurização de sistemas.


Mas vamos com calma: não é só escolher qualquer modelo centrífugo ou se basear em uma única variável, tipo a potência do equipamento (por exemplo pelo tal CV, ou cavalo de potência), como muitos acabam fazendo, sem entender o que isso representa.


Então, para deixar tudo bem explicadinho, vamos fazer uma síntese do básico que você vai precisar saber, caso não conheça ou esteja iniciando no segmento de bombeamento. Segue aqui com a gente!


Primeiramente, você precisa saber que as principais unidades de medida utilizadas em hidráulica são m³/h (metros cúbicos por hora) e mca (metros de coluna de água).


A unidade m³/h possivelmente é uma velha conhecida sua, lá dos tempos de escola… É uma unidade de medida de volume que aqui vai ser usada para estabelecer a vazão necessária ou proveniente do sistema de bombeamento.


mca (metros de coluna de água) não é assim tão conhecido. Para entender melhor esse conceito, vamos pegar o exemplo simples de um chuveiro. Dentro de um banheiro de uma casa, para o chuveiro elétrico funcionar, além da energia elétrica (claro!) ele precisa de uma pressão mínima de água e para termos isso é necessário que o chuveiro esteja pelo menos 1,5 metro abaixo da caixa d’água. Já no caso de prédios com mais de 40 metros de altura, o problema vai estar na alta pressão, acima daquela que os equipamentos podem suportar. Então, para que os chuveiros elétricos possam funcionar sem a instalação de itens adicionais como pressurizadores ou redutores de pressão, é preciso que a diferença de altura entre a caixa d’água e o chuveiro esteja entre 1,5m e 40m, ou seja, apresentar mca entre 1,5 e 40.

Figura 1 – Unidade de medida mca

Esclarecidas as unidades de medida, passamos a análise dos aspectos que vão influenciar na seleção adequada da bomba ou motobomba. Dá uma olhada:


Vazão da água – É a quantidade de litros de água que se deseja transferir ou disponibilizar em um equipamento em um determinado tempo. Por exemplo: 1 m³/h  ou  1.000 litros/h. Quando tratamos de vazão, não devemos confundir volume com velocidade, ou seja, se o objetivo é transferir o maior volume de água possível, devemos reduzir a velocidade da água na tubulação (aumentando o diâmetro do tubo); já se desejamos pressão em um bico de lavação de calçadas, por exemplo, devemos disponibilizar pressão para que a velocidade da água aumente no bico de lavação.


Recalque – Como recalque considere a soma da altura e do comprimento da tubulação desde a saída da bomba até o destino final da água. Para o dimensionamento do recalque, temos poucas limitações, pois existem bombas para qualquer pressão e vazão ficando limitado aos custos de aquisição, consumo de energia e possíveis manutenções.


Sucção – Como sucção considere a soma da altura e o comprimento da tubulação desde a entrada da água na bomba até o nível do fluido no reservatório de captação de água. O que pode vir a limitar a capacidade de sucção não é o tamanho ou a capacidade da bomba, mas sim uma questão termodinâmica do fluido, conhecida como NPSH ou cavitação. Uma dica prática é que quando a captação da água estiver a mais de 3 metros abaixo da bomba, sempre calcule o NPSH requerido pela instalação e verifique o NPSH da bomba para garantir que a pressão de vapor do líquido não seja atingida.

Figura 2 – Alturas de sucção e de recalque

Obs.: Por ser essa uma questão mais técnica, caso você precise, pode consultar um dos especialistas aqui da FAMAC ou fazer uso de aplicativos de cálculo e seleção de bombas disponíveis no mercado, como é o caso do nosso Dimensionador, disponível na página inicial do site.


Acessórios – Em um dimensionamento mais preciso, devemos considerar as conexões hidráulicas, válvulas de pé, válvulas de retenção, registros, curvas e joelhos, todos componentes que contribuem para que a água reduza a sua velocidade, aumentando as perdas de carga e consequentemente aumentando a pressão que a bomba deverá disponibilizar para a aplicação. Caso seja necessário manter a vazão de água definida no projeto, é necessário contar quantas conexões devem ser instaladas na rede toda e calcular as perdas de carga para estes acessórios.


Tubulações e Conexões – De posse das informações acima é necessário determinar a bitola da tubulação (em polegadas ou milímetros) e o material dos tubos (ferro ou PVC). Essas duas informações irão determinar as perdas de carga e consequentemente a pressão necessária para disponibilizar a vazão de água determinada.


Assim, resumidamente, inicia-se o processo de seleção do modelo de bombas considerando sua aplicação, seja recalque de água limpa, para esgoto, drenagem, para piscina ou hidromassagem, para aquecedores de passagem, para pressurização de pontos ou equipamentos ou qualquer outra aplicação.


Restrições e especificações do próprio projeto construtivo da motobomba também devem ser consideradas, já que visam a melhor eficiência e o menor custo de fabricação e manutenção para cada aplicação. Por exemplo, uma bomba de recalque de água limpa não irá atender satisfatoriamente o esgotamento de água de chuva ou esgoto ou ainda, aquela desenhada para funcionar fora do líquido não irá trabalhar adequadamente quando submersa.


Já os cálculos matemáticos envolvidos nesse processo de escolha da melhor bomba a ser instalada serão basicamente os mesmos para a maioria das aplicações.


  1. Se você é entendedor do assunto ou já trabalha com bombas e motobombas já deve estar familiarizado com tais cálculos. Agora, se você é novato e não sabe nem por onde começar, aqui vão duas dicas espertas:
  2. Acesse “Downloads” aqui no site da FAMAC e baixe a apostila “Bombas e Motobombas”. Você terá acesso a um conteúdo bem explicado sobre dimensionamento de motobombas.

Faça uso do Dimensionador FAMAC, um sistema que desenvolvemos para lhe ajudar nesse processo de escolha dos equipamentos adequados para cada tipo de situação.


Falando em dimensionador, na próxima semana aqui no blog vamos explicar com mais detalhes o que você pode fazer e como usá-lo da melhor forma.


Será que eu ouvi um “VIVA”? Então até breve!


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